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Inteligência Emocional: especialistas contam como essa habilidade pode alavancar sua carreira

Written by Live University | Mar 7, 2019 7:25:40 PM

Todos nós sabemos o quanto a formação acadêmica, o conhecimento de idiomas e experiência são importantes para alcançar o sucesso na carreira. Além disso, outros atributos considerados até então qualidades pessoais ou de convivência, como criatividade, resiliência e empatia, estão ganhando mais relevância no processo de desenvolvimento profissional.

Estamos vivendo a era das soft skills e ter inteligência emocional se tornou indispensável no meio corporativo. Entrevistamos seis especialistas nestes temas para entender o quanto essas competências estão fazendo a diferença para o crescimento no meio corporativo. Confira abaixo as entrevistas com os seguintes profissionais:

Alê Kremer – Master coach de carreira e inteligência emocional

Fabíola Figueiredo – Especialista em Inteligência Emocional e Hipnoterapeuta

Henrique Monteiro – Diretor Comercial na Seal Telecom

Milton José Daré Júnior – Head of Sales na FalaFreud

Danieli Wegerman – Executive Coach e Professora do MBA em Gestão Estratégica de Pessoas da Live University

Vinicius Cedotti- Diretor de Parcerias na Nexe

Qual a importância da inteligência emocional para os profissionais e empresas atualmente?

A inteligência emocional é a capacidade do autoconhecimento emocional, sobre os sentimentos positivos e, sobretudo, negativos, e como eles têm domínio sobre nós. É a construção de mecanismos para lidar com o que sentimos para que não sejamos dominados por emoções a ponto de perdermos o controle da nossa própria vida. Atualmente este desenvolvimento é essencial para os profissionais no mercado, pois os desafios diários, a dificuldade dos relacionamentos e, sobretudo, a comunicação falha surtem efeitos emocionais significativos. Por este motivo, a inteligência emocional é uma capacidade cada vez mais exigida para se manter bem posicionado na carreira.

As chamadas "soft skills", como a própria inteligência emocional, já podem ser consideradas tão importantes quanto à formação profissional?

Certamente. A inteligência emocional é um dos atributos mais importantes do profissional do futuro. As máquinas saberão "o que fazer" por serem programadas pelos humanos para tal, mas o "como fazer" ainda vem da mente humana. A falta dela causa efeitos devastadores ao profissional como a falta de reconhecimento, a perda de oportunidades, a estagnação na carreira e até perda de emprego.

O que a empresa pode fazer para ajudar seus colaboradores a conseguirem essas habilidades?

As empresas podem investir no desenvolvimento dos colaboradores, mas isso acontece de forma superficial, ou quase nula. O mercado, de modo geral, busca treinar os seus profissionais para atingir metas internas, voltadas para o interesse da organização. O que pode ser feito também é o estímulo sobre o assunto e parcerias com instituições de desenvolvimento pessoal voltado para este tema. Há também bons profissionais no mercado que desenvolvem este trabalho individualmente com foco em quebra de bloqueios e transformação comportamental.

Qual a importância da inteligência emocional para os profissionais e empresas atualmente?

Os problemas das empresas são problemas comportamentais. Funcionários são contratados por suas experiências profissionais e por competências adquiridas como cursos técnicos, faculdades, línguas, etc. Mas no momento da demissão a chefia leva em conta o comportamento. Ou seja, somos contratados pelo currículo e demitidos pelo nosso comportamento.

Quando o profissional passa por um processo de autoconhecimento, ele não só se desperta para os padrões de comportamentos negativos - que muitas vezes nem se dá conta que possui - como passa a ter um entendimento e compreensão maior quanto ao comportamento dos colegas de equipe.

Inteligência emocional é a arte de perceber as próprias emoções e aprender a gerenciá-las para que seus atos deixem de ser guiados no piloto automático. É tomar as rédeas da própria vida, potencializando talentos e elevando autoestima.

As chamadas "soft skills", como a própria inteligência emocional, já podem ser consideradas tão importantes quanto à formação profissional?

No meu ponto de vista, como especialista na área, a inteligência emocional é tão ou mais importante que a formação técnica ou acadêmica. Muitos profissionais altamente capacitados infelizmente não alcançam as metas e objetivos profissionais, pois, por fragilidades emocionais, não conseguem colocar em prática muitos toda a aprendizagem acumulada ao longo de anos de estudo.

Muitas vezes, profissionais com currículo invejável perdem oportunidades de promoção por insegurança. Eles têm grande conhecimento, poderiam propor grandes ideias, apresentar projetos, mas não o fazem por medo de errar, medo de não serem aceitos, medo de se exporem. Outros perdem oportunidades de grande projeção por medo de falar em público. Há ainda profissionais com competências incríveis que perdem cargos por problemas de relacionamento com os colegas e com a chefia. Inteligência emocional deveria ser disciplina escolar desde o maternal.

O que a empresa pode fazer para ajudar seus colaboradores a conseguirem essas habilidades?

As empresas precisam se despertar para a necessidade de respeitar os perfis de seus funcionários. Infelizmente há muita gente boa no lugar errado. Profissionais que se conhecem profundamente formam uma equipe de alta produtividade. As empresas precisam incluir no orçamento treinamentos anuais ou semestrais para trabalhar o emocional de suas equipes. Todos saem ganhando!

Qual a importância da inteligência emocional para os profissionais e empresas atualmente?

Reconhecer seus sentimentos é uma competência dificílima de aprender. Quando se tem essa inteligência muito bem trabalhada, os profissionais conseguem ver os cenários atuais de outra forma. Com isso, novas ideias e soluções vão surgir, mas também novos problemas.

As chamadas "soft skills", como a própria inteligência emocional, já podem ser consideradas tão importantes quanto à formação profissional?

Definitivamente sim. Sou um fã de soft skills e acredito que o conceito de educação está mudando. Ficaria muito feliz se a maioria das empresas qualificassem seus funcionários e futuros colaboradores por reconhecer suas soft skills.

O que a empresa pode fazer para ajudar seus colaboradores a conseguirem essas habilidades?

Incentivar o time a fazer cursos. Isso tem que partir da liderança. É preciso que o líder do time seja um engajador desse assunto. Existem palestras, cursos online, livros e diversos conteúdos para engajar o time. Essas são as habilidades do futuro. Quem não as treinar, ficará para trás.

Qual a importância da inteligência emocional para os profissionais e empresas atualmente?

O que eu vejo é a questão de como gerir e aprender a ser gerido. Quando a gente fala em inteligência emocional é extremamente importante que o líder seja autocrítico, no sentido de entender qual o impacto que as coisas que ele fala tem na vida do profissional que ele está liderando e também para receber feedbacks do seu superior. A gente vê muitos problemas de feedback por ter sido interpretado de uma maneira pessoal pelo liderado.

Se você tiver inteligência emocional, vai saber o quanto aquilo foi direcionado como pessoa e o quanto foi direcionado profissionalmente. A questão é você saber se comunicar com as pessoas para que elas não interpretem de forma pessoal, entendam a informação e executem com bastante vontade o que tem que ser feito.

As chamadas "soft skills", como a própria inteligência emocional, já podem ser consideradas tão importantes quanto à formação profissional?

As soft skills é algo que exige experiência e resiliência, não é algo que você aprende de um dia para noite. É fácil você aprender as hard skills, mas é muito mais desafiador você adquirir as soft skills porque envolve muito a inteligência emocional, a forma como você lidera e se comunica com as pessoas, sem ser agressivo ou passional.

O que a empresa pode fazer para ajudar seus colaboradores a conseguirem essas habilidades?

Estimular a integração das pessoas das empresas, de diversas áreas, é muito importante, porque as pessoas vão se conhecer, saber o que acontece na vida dos colegas e saber qual é a melhor forma de abordar cada pessoa numa determinada situação.

E ainda há a questão da terapia. No calor da emoção do dia a dia, ter uma hora por semana para falar com o seu psicólogo sobre o que aconteceu e onde você pode estar errando é algo sensacional para aprender mais rápido como lidar com outras pessoas.

Qual a importância da inteligência emocional para os profissionais e empresas atualmente?

Vivemos hoje num mundo VICA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), em que a tecnologia e o conhecimento evoluem de forma exponencial. Como profissionais, só conseguiremos lidar eficazmente com tudo isso se tivermos as competências da inteligência emocional bem desenvolvidas. Antes se enxergava o investimento no desenvolvimento de inteligência emocional apenas como apenas uma questão subjetiva e desejável. Hoje é uma necessidade e diferencial para os resultados do negócio.

As chamadas "soft skills", como a própria inteligência emocional, já podem ser consideradas tão importantes quanto a formação profissional?

Algumas empresas como Google, IBM, Stone, Apple e PwC já não exigem graduação em todos os seus processos seletivos. Essa nova tendência de recrutamento tende a focar na verificação de se o candidato possui desenvolvidas as competências requeridas para a função que vai exercer. Aqui estamos falando tanto de hard quanto de soft skills, ou seja, tanto competências comportamentais como técnicas e analíticas.

Isso não quer dizer que a educação formal do profissional não é importante ou que hoje é desvalorizada. Mas já não é decisiva ou um destaque na hora da contratação ou no dia a dia profissional. Conhecimento teórico é, sem dúvida, muito importante. Mas conseguir fazer na prática e ter atitude – que pressupõe competências comportamentais bem desenvolvidas – é o diferencial.

O que a empresa pode fazer para ajudar seus colaboradores a conseguirem essas habilidades?

Investir em programas de desenvolvimento pessoal e profissional é uma estratégia que, se bem aplicada, pode trazer resultados interessantes. O erro comum é contratar treinamentos meramente teóricos e tradicionais. O foco deve ser expandido para o como fazer, permitir a prática e o feedback para aperfeiçoamento.

Outro ponto essencial a ser observado no treinamento é o questionamento dos modelos mentais do treinando, ajudando-o a entender por que ainda não tem essa prática no dia-a-dia, quais crenças pessoais o impedem de ter a atitude necessária para incluir conhecimentos e habilidades em sua performance. Ações que estimulem o colaborador a criar estratégias individuais de desenvolvimento são estratégias interessantes para acelerar os resultados pretendidos pela organização.

Qual a importância da inteligência emocional para os profissionais e empresas atualmente?

A inteligência emocional ganhou destaque conforme as empresas encararam mudanças no perfil dos seus profissionais. Com isso a capacidade de lidar com a incerteza de maneira equilibrada, se relacionando consigo mesmo e com o outro harmoniosamente, se tornou fundamental no ambiente corporativo, independente da área de atuação.

As chamadas "soft skills", como a própria inteligência emocional, já podem ser consideradas tão importantes quanto à formação profissional?

Penso que são habilidades complementares e transversais, uma skill sustenta a outra e ambas podem ser aprendidas e desenvolvidas a partir de ferramentas próprias. Alguns alunos por vezes comentam que não se viam aprendendo sobre empatia porque imaginavam que isso fosse uma habilidade nata, ou você nasce com essa capacidade ou não. Pouco a pouco essa mentalidade vai se transformando, dando lugar a consciência de que é possível sim se desenvolver nestes temas, e melhorar a qualidade de seus relacionamentos.

O que a empresa pode fazer para ajudar seus colaboradores a conseguirem essas habilidades?

Existe um forte movimento nessa direção, boas práticas que noto nas organizações nas quais atuo como palestrante e consultor:

1) Semana temática com uma programação direcionada a rodas de debates, trocas de informações e palestras de soft skills;

2) Construção de Team Building (marca da equipe) a partir de pilares da inteligência emocional e da comunicação não violenta;

3) Projetos de transformação cultural e foco no colaborador, voltando parte das iniciativas a habilidades de liderança inspiradora (disseminando o conceito de que ser líder é uma forma de atuar, não um cargo).

Iniciativas como essas provocam transformações em todos os aspectos, impactando diretamente em indicadores de negócio, como a satisfação e fidelização do cliente.