A Reforma Tributária aprovada pela Emenda Constitucional nº 132/2023 representa uma das transformações mais relevantes no sistema tributário brasileiro das últimas décadas. Além de reestruturar tributos como PIS, COFINS, ICMS e ISS, ela também trará impactos significativos na forma como as empresas cumprem suas obrigações acessórias.
Mais do que uma alteração na carga tributária ou nas alíquotas, a reforma propõe mudanças operacionais profundas, com foco na digitalização, padronização e simplificação do cumprimento fiscal.
Hoje, o sistema tributário exige que as empresas enviem uma série de declarações distintas para diferentes entes federativos, com leiautes diversos e exigências sobrepostas. Como consequência, isso resulta em altos custos operacionais e, além disso, em riscos de autuação por falhas formais.
Com a entrada em vigor da reforma, estão previstas as seguintes mudanças estruturais:
Assim como já ocorre no eSocial e na DCTFWeb, essas mudanças seguem uma lógica semelhante e, por consequência, promovem não apenas maior confiabilidade, mas também rastreabilidade dos dados enviados ao Fisco. Além disso, tornam o processo mais transparente e alinhado com a era digital.
O novo modelo será implementado de forma gradual, com uma fase de transição entre 2026 e 2033. Durante esse período, os tributos atuais e os novos tributos (IBS e CBS) coexistirão. Por isso, será necessário que as empresas operem em dois regimes simultaneamente.
Como resultado, essa convivência trará complexidades adicionais, exigindo:
A antecipação desses movimentos será estratégica para evitar gargalos operacionais e riscos de penalidades durante a adaptação.
Apesar dos desafios de curto prazo, as mudanças trazidas pela reforma têm potencial para gerar ganhos substanciais de eficiência e transparência no ambiente de negócios. Entre os principais benefícios esperados, destacam-se:
No entanto, empresas que não se prepararem adequadamente para essa transformação poderão enfrentar sérias dificuldades operacionais, incluindo retrabalho, atrasos na entrega de obrigações e aumento do risco fiscal.
Mais do que uma simples mudança na forma de cálculo de tributos, a Reforma Tributária marca, além disso, o início de uma nova lógica de relacionamento entre contribuinte e Fisco. Com isso, o foco passa a ser a tecnologia, a automação e a integração de dados.
O sucesso na adoção desse novo modelo depende diretamente da capacidade das empresas em planejar, investir em tecnologia, revisar seus processos e, além disso, capacitar suas equipes.
Por isso, quem começar essa jornada desde já estará melhor posicionado para colher os benefícios da simplificação prometida. A transformação tributária já começou e, consequentemente, ela é também uma transformação digital.
Redação Atvi
https://atvi.com.br/blog/o-que-muda-na-entrega-de-obrigacoes-acessorias-com-a-reforma-tributaria/