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Reforma Tributária: Impactos para o Setor de Tecnologia

A Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) calculou uma perspectiva de crescimento do Setor de Tecnologia em 19,4% ao ano de 2024 a 2027, o que representa R$ 729,4 bilhões.

Nesse sentido, a Brasscom também revelou em sua última edição do Relatório Setorial 2023 um crescimento médio de 11,9% nos últimos três anos. Como resultado, totalizando, R$ 707,7 bilhões em 2023. 

Além disso, para os próximos anos, as projeções destacam setores chave como software (crescimento de 46,5%), hardware (29,4%), e serviços (20,1%). 

Mas também, foi projetado o crescimento de tecnologias emergentes do setor entre 2024 e 2027. Como por exemplo, Inteligência Artificial (31% aa), Segurança da Informação (22% aa), Nuvem (17% aa), Big Data e Analytics (6% aa), Redes Sociais (16% aa), Robótica (14% aa), e IoT (19% aa) prometem impulsionar ainda mais o crescimento do setor.

Posicionamento Global do Brasil no Setor de Tecnologia

O Brasil mantém sua posição como o 10º maior produtor de TIC globalmente, com uma participação de 30% no mercado latino-americano, refletindo um crescimento de 8,5%. 

Uma vez que, o setor emprega 2,05 milhões de profissionais, equivalente a 4% das vagas de emprego no país, com uma média salarial substancialmente superior à nacional.

Por conta disso, o Brasil está preparado para expandir sua transformação digital com expectativas de investimentos totalizando R$ 729 bilhões até 2027. Isso não só aumentará a competitividade do país no cenário global, mas também fortalecerá a infraestrutura tecnológica nacional.

 

Impactos da Reforma Tributária No Setor de Tecnologia

A complexidade da tributação sobre serviços digitais tem sido uma preocupação constante para empresas e legisladores. 

Atualmente, os serviços digitais são tributados por diversos impostos, incluindo PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, ISS e ICMS, variando conforme a localidade.

Todavia, a aprovação da Emenda Constitucional 132/2023, que visa substituir o ICMS e ISS pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), e a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto Seletivo (IS), marca uma mudança significativa no panorama tributário brasileiro. 

Segundo estudos da Universidade de Brasília (UnB) em colaboração com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a reforma poderia aumentar a arrecadação em até R$ 82 bilhões anuais, uma fonte crucial de receita para os entes federados.

Atualmente, as alíquotas médias de ISS e PIS/COFINS são relativamente baixas, em torno de 5% e 3,65%, respectivamente. Porém, com a implementação do IBS e CBS, a alíquota de referência poderá ultrapassar 25%, uma das mais altas do mundo. 

Isso representa um aumento substancial na carga tributária para o setor, impactando diretamente sua lucratividade e competitividade.

Desafios para as Empresas o Setor de Tecnologia

Especialmente em estados como Santa Catarina, onde municípios com polos tecnológicos atualmente aplicam alíquotas de ISS de 2%, a mudança pode resultar em aumentos tributários significativos. Para empresas em locais como Florianópolis, isso pode significar um aumento de até 342% nos impostos, conforme destacado pela ACATE.

Nesse sentido, a proposta de uniformização das alíquotas do IBS visa criar um ambiente tributário mais alinhado com a realidade do mercado digital. Isso é crucial para garantir uma competição justa entre empresas nacionais e estrangeiras operando no Brasil. 

No entanto, a transição para o novo sistema tributário exigirá adaptações significativas por parte das empresas, especialmente em termos de planejamento tributário e estratégias financeiras.

Portanto, embora a reforma prometa simplificar o sistema tributário, há preocupações legítimas sobre seu impacto no ambiente de negócios digital. Já que, a tributação excessiva e falta de flexibilidade podem desencorajar investimentos em inovação e desenvolvimento tecnológico, essenciais para o crescimento sustentável do setor. 

 

Estratégias para se adiantar diante das Mudanças da Reforma Tributária

1. Revisão do Planejamento Tributário

Avaliar Impacto Financeiro:

Realize uma simulação do impacto financeiro utilizando softwares de gestão contábil. Depois, compare o cenário atual com as projeções após a implementação da reforma.

Otimização Fiscal:

Revisite suas estratégias de planejamento tributário com foco em deduções fiscais e incentivos disponíveis. Além disso, explore regimes especiais de tributação que possam reduzir a carga tributária.


2. Reestruturação de Modelos de Negócio

Avaliar Localizações:

Analise a viabilidade de transferir operações para zonas fiscais mais favoráveis. Considere a infraestrutura, disponibilidade de talentos e benefícios fiscais oferecidos.

Parcerias Estratégicas:

Estabeleça parcerias com outras empresas de tecnologia para compartilhar recursos e custos. Utilize modelos de negócios colaborativos para dividir as despesas tributárias.


3. Investimento em Tecnologia e Inovação

Automação Fiscal:

Implemente sistemas integrados que automatizem a administração tributária, como ERPs e plataformas de gestão fiscal. Além disso, treine a equipe para maximizar a utilização dessas ferramentas.

Fomento à Inovação:

Alavanque incentivos fiscais para P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Mantenha investimentos contínuos em inovação para garantir vantagem competitiva e aproveitar créditos fiscais.


4. Monitoramento Contínuo e Assessoria

Monitoramento de Políticas:

Utilize ferramentas de monitoramento de políticas fiscais. Participe de associações empresariais que frequentemente oferecem informações atualizadas sobre mudanças regulatórias e políticas.

 

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